Na semana de entrega do Oscar e da folia do Carnaval, alguns filmes de gostos e estilos bem diversificados entram em cartaz em Fortaleza. Temos o thriller Sem Escalas (Non-Stop, 2014), de Jaume Collet-Serra; a animação Vidas ao Vento (Kaze Tachinu, 2013), de Hayao Miyazaki; o drama Uma Família em Tóquio (Tôkyô Kazoku, 2013), de Yôji Yamada; a comédia Tudo por um Furo (Anchorman 2: The Legend Continues, 2014), de Adam McKay; o drama Os Sabores do Palácio (Les Saveurs du Palais, 2012), de Christian Vincent; a animação As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman, 2014); e o documentário musical Justin Bieber’s Believe (idem, 2013), de Jon M. Chu. Em pré-estreia: a comédia A Grande Noite (Le Grand Soir, 2012), de Gustave de Kervern e Benoîte Delépine, e a animação Tinker Bell – Fadas e Piratas (The Pirate Fairy, 2014), de Peggy Holmes
Liam Neeson em SEM ESCALAS (2014), de Jaume Collet-Serra
Muito interessante ver a trajetória de Liam Neeson, de ator de filmes dramáticos para herói de filmes de ação. Nem sempre ele acerta, mas seu carisma já garante pelo menos uma boa diversão. Seus grandes acertos recentes foram: Busca Implacável (2008), Desconhecido (2011) e A Perseguição (2011). Sem Escalas é do mesmo diretor de Desconhecido, Jaume Collet-Serra, também muito bom diretor de filmes de horror, como A Casa de Cera (2005) e A Órfã (2009). Sem Escalas é um thriller de suspense que acontece dentro de um voo transatlântico. Neeson é um agente da lei que atua em voos e que recebe a chamada de um terrorista, que afirma que irá matar um passageiro a cada 20 minutos, caso ele não faça o que ele pedir. Espera-se a boa mão de Collet-Serra para criar um bom trabalho de tensão.
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SEM ESCALAS (Non-Stop, EUA/França, 2014), de Jaume Collet-Serra. Com Liam Neeson, Julianne Moore, Scoot McNairy, Michelle Dockery, Nate Parker, Corey Stoll, Lupita Nyong’o. 106 min. Paris Filmes. Classificação a definir.
O personagem Jiro Horikoshi em VIDAS AO VENTO (2013), de Hayao Miyazaki
E o maior diretor de animações vivo anunciou sua aposentadoria. Segundo declaração do próprio Hayao Miyazaki (73), Vidas ao Vento é o seu último longa-metragem. O que é uma pena, pois fica uma lacuna imensa que outro diretor dificilmente conseguirá preencher. O diretor de A Viagem de Chihiro (2001) e Ponyo: uma Amizade Que Veio do Mar (2008), entre outros, retorna com uma história mais dirigida a públicos mais maduros, ao nos apresentar a um rapaz que trabalhou como designer de aviões de combate durante a Segunda Guerra Mundial. O filme acompanha alguns eventos históricos do Japão, como o grande terremoto em Kanto, a Grande Depressão, a epidemia de tuberculose e a entrada do Japão na Segunda Grande Guerra. Ao mesmo tempo, o filme apresenta, com sensibilidade, a história de amor entre Jiro, o rapaz, e a moça de saúde frágil Nahoko.
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VIDAS AO VENTO (Kaze Tachinu, Japão, 2013), de Hayao Miyazaki. Com as vozes originais de Hideaki Anno, Miori Takimoto, Hidetoshi Nishijima, Masahiko Nishimura, Keiko Takeshita, Jun Kunimura. 126 min. California Filmes. 12 anos.
Elenco de UMA FAMÍLIA EM TÓQUIO (2013), de Yôji Yamada
O ideal seria que a obra-prima Era uma Vez em Tóquio (1953), de Yasujiro Ozu, fosse exibido antes deste Uma Família em Tóquio, feito com o objetivo de homenagear os 50 anos de um dos filmes mais importantes de Ozu. Yamada, de outra geração, começou a dirigir filmes justamente no momento em que Ozu estava saindo de cena, no início dos anos 1960. Foram poucos os filmes de Yamada que foram exibidos comercialmente na cidade ou mesmo no país. Em Uma Família em Tóquio, um professor aposentado e sua esposa viajam para Tóquio, a fim de visitar os seus três filhos trabalhadores. Chegando lá, eles descobrem que os filhos são muito ocupados para darem atenção a eles. Um evento trágico, porém, os reunirá.
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UMA FAMÍLIA EM TÓQUIO (Tôkyô Kazoku, Japão, 2013), de Yôji Yamada. Com Isao Hashizume, Kazuko Yoshiyuki, Masahiko Nishimura, Yui Natsukawa, Tomoko Nakajima, Shozo Hayashiya, Satoshi Tsumabuki, Yû Aoi. 146 min. Esfera/Vitrine. 12 anos.
O quarteto de humoristas de TUDO POR UM FURO (2013), de Adam McKay
Tudo por um Furo bem que poderia se chamar O Âncora 2, já que é uma continuação de O Âncora – A Lenda de Ron Burgundy (2004), que não chegou a ser exibido nos cinemas brasileiros, mas fez relativo sucesso nas locadoras, tendo ganhado um grupo de apreciadores do humor daquele pessoal que, na época, nem era tão estrela assim, como Will Ferrell, Steve Carell e Paul Rudd. Tudo por um Furo conseguiu reunir este time novamente com a boa vontade dos atores, que aceitaram diminuir o cachê para encarnar novamente os papéis. Como se passaram quase dez anos do primeiro filme, Tudo por um Furo se passa nos anos 1980 e em Nova York, com o time de jornalistas que querem tomar de assalto um canal de notícias 24 horas muito parecido com a CNN.
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TUDO POR UM FURO (Anchorman 2: The Legend Continues, EUA, 2014), de Adam McKay. Com Will Ferrell, Steve Carell, Paul Rudd, David Koechner, Christina Applegate, Dylan Baker, Meagan Good, James Marsden, Greg Kinnear, Josh Lawson, Kristen Wiig, Harrison Ford. 119 min. Paramount. Classificação a definir.
Catherine Frot em OS SABORES DO PALÁCIO (2012), de Christian Vincent
Um dos aspectos interessantes de Os Sabores do Palácio é nos apresentar a uma personagem (real) que passaria despercebida: a mulher que um dia foi chefe de cozinha do presidente François Mitterrand, cujo mandato se estendeu de 1981 a 1995. Foi o presidente que mais esteve no poder na França até hoje. Mas o filme não se detém tanto nele, mas na rotina da talentosa chefe de cozinha (Catherine Frot ) em sua busca de agradar e dar o melhor de si em seu cargo. Como o filme se passa em dois tempos na vida dela, há uma agilidade interessante na narrativa. É mais uma obra que lida com a culinária e que mostra a tradição francesa em compor pratos sofisticados. Os Sabores do Palácio é o cartaz desta semana do Cinema de Arte, que retorna às suas sessões diárias.
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OS SABORES DO PALÁCIO (Les Saveurs du Palais, França, 2012), de Christian Vincent. Com Catherine Frot, Arthur Dupont, Jean d’Ormesson, Hippolyte Girardot, Jean-Marc Rolout, Philippe Uchan, Hervé Pierre. 95 min. Europa Filmes. 12 anos.
Os protagonistas de AS AVENTURAS DE PEABODY & SHERMAN (2014), de Rob Minkoff
Curiosamente, Mr. Peabody e Sherman são bem mais antigos do que muitos supõem. Surgiram no final dos anos 1950, como personagens de uma animação para a televisão. Mr. Peabody é um cão da raça beagle que é o ser mais inteligente do planeta. Possui, inclusive, uma máquina do tempo, criada por ele mesmo. Inclusive, quem quiser visitar o wikipedia, poderá encontrar várias personalidades históricas que foram visitadas por Peabody e Sherman. No longa-metragem da Dreamworks, apesar de ser um cachorro, Mr. Peabody consegue a guarda de uma criança, Sherman. No primeiro dia de aula de Sherman, ele entra em conflito com uma garota. A fim de fazer as pazes, Peabody convida a garota para visitar a casa. O problema é o mau uso que Sherman faz da máquina do tempo para impressionar a menina. Apesar de ser produção da Dreamworks, há chances de o filme ser tão bom quanto os da Disney, já que é dirigido pelo mesmo Rob Minkoff de O Rei Leão (1994).
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AS AVENTURAS DE PEABODY & SHERMAN (Mr. Peabody & Sherman, EUA, 2014), de Rob Minkoff. Com as vozes originais de Ty Burrell, Max Charles, Ariel Winter, Karan Brar, Lauri Fraser, Guillaume Aretos, Stephen Colbert, Leslie Mann. 92 min. Fox. Classificação a definir.
Justin Bieber no palco em JUSTIN BIEBER’S BELIEVE (2013), de Jon M. Chu
Justin Bieber’s Believe não é o primeiro documentário musical do astro pop adolescente a chegar aos cinemas brasileiros. O anterior foi Justin Bieber – Never Say Never (2011), também dirigido por Jon M. Chu. O novo filme mostra os bastidores e algumas cenas do astro no palco, cantando alguns de seus sucessos. Atualmente, Bieber é um rapaz que chama atenção por armar confusão em hotéis, sair com prostitutas ou brigar com os paparazzi. Não deixa de ser uma maneira de atrair a atenção da imprensa. Mesmo assim, é um jovem que tem seu time de seguidores, que certamente prestigiarão este segundo documentário.
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JUSTIN BIEBER’S BELIEVE (idem, EUA, 2013), de Jon M. Chu. Documentário. 92 min. Diamond Films. Classificação a definir.
Pré-estreias
Benoît Poelvoorde e Albert Dupontel em A GRANDE NOITE (2012), de Gustave de Kervern e Benoîte Delépine
Vencedor da Mostra Un Certain Regard, do Festival de Cannes de 2012, A Grande Noite nos apresenta a dois irmãos, um punk e um vendedor de loja. Not (Benoît Poelvoorde) se autointitula “o mais velho punk da Europa” e passa os dias vagando por estacionamentos e insultando pessoas. Seu irmão, Jean-Pierre (Albert Dupontel), um dia fica desempregado e se junta a ele. Então a dupla passa a pregar contra a propriedade privada. Chega a ser um filme propício para esses momentos em que se discute desobediência civil, embora o tom seja de comédia ácida. A dupla de diretores é a mesma de Mamute (2010), filme que também lida com um tipo de liberdade herdeira dos anos 60 e 70 e que contrasta com a nova ordem mundial.
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A GRANDE NOITE (Le Grand Soir, França/Bélgica/Alemanha, 2012), de Gustave de Kervern e Benoîte Delépine. Com Benoît Poelvoorde, Albert Dupontel, Brigitte Fontaine, Areski Belkacem, Bouli Lanners, Serge larivière. 92 min. Imovision. 16 anos.
Cena de TINKER BELL – FADAS E PIRATAS (2014), de Peggy Holmes
Curioso como alguns personagens de desenhos animados tem perdido suas traduções nacionais para serem conhecidos com seus nomes originais em inglês, como aconteceu com o Sapo Caco e o Ursinho Poof. É o caso agora da fada Sininho, personagem presente no clássico da Disney Peter Pan (1953) e que agora surge em uma série de filmes estrelados pela pequena fada. O primeiro foi Tinker Bell (2008). Depois veio Tinker Bell e o Tesouro Perdido (2009), Tinker Bell e o Resgate da Fada (2010) e Tinker Bell – O Segredo das Fadas (2012). Tratam-se de animações menos caprichadas da Disney, de uma divisão chamada DisneyToon Studios cuja maior parte dos filmes são lançados direto em DVD e Blu-Ray. Tinker Bell – Fadas e Piratas é uma aposta na popularidade da personagem frente ao público infantil.
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TINKER BELL – FADAS E PIRATAS (The Pirate Fairy, EUA, 2014), de Peggy Holmes. Com as vozes originais de Mae Whitman, Lucy Hale, Christina Hendricks, Tom Hiddleston, Angelica Huston, Lucy Liu. 78 min. Disney. Classificação a definir.
Saem de cartaz
47 Ronins
Boy Meets Girl
Ninfomaníaca – Volume 1
Renoir
Não entram em cartaz
Confira os lançamentos nacionais programados para esta sexta-feira, 28, e que não entrarão em cartaz esta semana na cidade.
Latitudes (Brasil, 2013), de Felipe Braga. Com Alice Braga, Daniel de Oliveira (O2 Play).
The Lunchbox (India/França/Alemanha, 2013), de Ritesh Batra. Com Irrfan Khan, Nimrat Kaur (Imovision).
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